domingo, 24 de maio de 2015

Enfim, o OVO!

Li a reportagem, publicada hoje em uma revista semanal, sobre o ovo. Fiquei MUITO feliz pelo fato de estarem alardeando este fantástico alimento como benéfico para a saúde (e EXCLUSIVAMENTE benéfico), apesar das falhas (comuns) na reportagem. Vou fazer algumas considerações para ajudar a você, que acompanha o nosso trabalho na Sallus, a compreender melhor o assunto.

Começo logo lá do início. "Amor eterno pelo colesterol". Gostei muito da frase e a endosso pois, como já conversamos aqui, o colesterol não é, nem nunca foi, o vilão que nos fizeram crer. Esta molécula fantástica, fundamental para a existência das nossas paredes celulares (consequentemente, de nós mesmos), é muito importante para o nosso organismo e deve ser mais bem compreendida e tratada. NINGUÉM sabe tudo sobre o colesterol e sobre as lipoproteínas que o transportam, junto com outras substâncias lipossolúveis. O LDL NÃO é o "colesterol ruim", bem como o HDL NÃO é o "colesterol bom". O colesterol NÃO é uma gordura, mas um álcool. Tudo isso vocês podem ler em Gorduras, colesterol e blá-blá-blá.

Foi legal ver, finalmente, uma publicação de grande circulação afirmar que o colesterol dos alimentos não é nenhum vilão, mas ainda é triste ler afirmações como "Em excesso, porém, danifica a parede das artérias". Isso não é assim. O colesterol não danifica nada. O que realmente traz problemas é uma complexa e longa relação entre moléculas de LDL com a fração B100 oxidada e macrófagos + endotélio lesionado + ambiente intravascular pró-inflamatório + bastante tempo. Não vou entrar nos detalhes sobre isso tudo hoje, mas garanto que o problema nunca foi, diretamente, o excesso de colesterol ou de lipoproteínas que o transportem. Da mesma maneira, a idéia de que gordura saturada eleve o colesterol de uma forma maligna é falha, mas este paradigma vai demorar mais pra cair publicamente.

Fiquei MUITO feliz, também, com as considerações sobre as falhas metodológicas comuns nos estudos observacionais. É importante que todos saibam que este tipo de estudo, fundamental para levantar questões em ciência, é bom exatamente pra isso: LEVANTAR QUESTÕES. Estudos observacionais não estabelecem relações causais entre fatos. Eles as supõem pelas observações. A partir de agora, toda vez que você vir na TV, ou em uma publicação de papel ou eletrônica, que um ESTUDO TAL com TROCENTAS MIL PESSOAS "CONFIRMOU"/"DESCOBRIU"/"ESTABELECEU" ou sei lá mais o quê sobre absolutamente qualquer coisa, saiba que não é nem assim. Uma quantidade enorme de pessoas em um estudo significa muito mais descontrole sobre a amostra do que capacidade de encontrar respostas precisas. É um viés importante. Mesmo o Framingham, conjunto enorme de estudos observacionais, operando desde 1948, já nos trouxe maravilhas e maravilhosas bobagens em termos de resultados. Melhor dizendo, as pessoas que leram os resultados e os compreenderam COMO QUERIAM, os transformaram em enormes bobagens ou maravilhas. O filtro humano é sempre uma complicação à parte que pode transformar um importantíssimo estudo observacional em um problema de saúde que dura muitas décadas.

Foi particularmente bom ver, por várias vezes, o açúcar sendo citado como grande vilão. Vamos em frente...

Pronto. Agora vou voltar ao ovo. Não quero que pensem que eu esteja falando mal da reportagem. Fiquei realmente feliz com a publicação, pelo fato de reduzir o medo sobre o ovo e o colesterol, mas não podia deixar de fazer algumas considerações esclarecedoras.

O ovo é um dos alimentos mais maravilhosos que podemos ingerir. Estamos falando do ovo de galinha, especificamente, mas praticamente todos os ovos de aves são extremamente nutritivos. Não tenho informações sobre outros tipos. Do ovo nasceria um ser vivo completo e, por causa disso, ele tem que ser rico em macro e micronutrientes, fundamentais para esta construção. Nele você encontra boas concentrações de proteínas, colina, zinco, selênio, fósforo, potássio, B12, B5, B6 e B2. Ele traz, também, boas quantidade de colesterol que, como comentei mais acima, é fundamental pra nossa saúde. Há muitos anos o fenomenal professor Dr Juarez Callegaro já nos orientava a consumir 6 ovos por dia e a repassar isso para nossos pacientes. Em Ortomolecular, isso tudo já é uma verdade antiga.

A riqueza em proteínas deste alimento o torna uma opção excelente, por exemplo, para atletas que buscam ganho de massa muscular. É muito comum ver o pessoal falar quantos ovos ingere por dia mas, em geral, são muitas claras e as gemas são desprezadas. VAMOS PARAR COM ISSO! Quando consumir o ovo, consuma na sua totalidade (fora a casca, é claro).

Vale lembrar que o ovo de galinhas "caipiras" ou "de quintal" é mais nutritivo que os de galinhas criadas em escala, mas todos são interessantes. É preferível comer ovos de galinhas de granja do que não comer ovos. Também é importante lembrar que existem pessoas com alergias ou intolerâncias a proteínas presentes no ovo. Estas, infelizmente, terão que evitar o alimento, mas isso pode ser temporário. Se for o seu caso, converse com o seu médico e/ou nutricionista sobre isso.

Pronto. Coma ovos e seja mais saudável e feliz, tranquilamente. Valeu a pena defender estas idéias por tantos anos. É uma pena que muitas pessoas dependam das manchetes de revistas para crer nestas coisas mas, com a quantidade de informações truncadas e erradas disponível, eu as compreendo 100%. Contem conosco para ajudar a esclarecer suas dúvidas em saúde, dentro das nossas limitações. Ninguém tem as verdades completas, mas a gente busca um bocado. Vamos buscar juntos!

Saúde e paz... e os benefícios do colesterol para todos!

Para saber MUITO mais:
Uma Outra Visão
Dieta Low Carb e Paleolítica
Lipidofobia
Paleodiario
The Cholesterol Myth

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Você precisa de suplementos alimentares?

Pra adiantar logo a conversa, provavelmente sim.



Agora vamos começar a conversar sobre o tema. Toda hora eu vejo questionamentos sobre o uso ou não de suplementos alimentares. Questionar é bom e muito importante, pois nos leva a buscar um entendimento cada vez maior sobre tudo. Beleza, mas falar sobre o que não se conhece nada, mas nadinha mesmo, já é inadequado.

Vejo muitos especialistas em Nutrologia e/ou Nutrição dizerem que "ninguém precisa de suplementos alimentares" e que "os alimentos são suficientes para garantir todas as nossas necessidades nutricionais" ou que seriam necessários "apenas para atletas de ponta", mas sou obrigado a discordar deles e vou explicar o porquê.

A alimentação balanceada, de acordo com as necessidades de cada indivíduo compõe, junto com mais alguns fatores, a estrutura fundamental de uma boa saúde (leia mais aqui). Isso é básico. Sem isso, quaisquer outros esforços, fora deste grupo principal de elementos, estarão fadados ou ao fracasso ou a resultados algo insatisfatórios. Até aí, praticamente todo mundo concorda.

O problema é que nós, seres humanos que vivem em centros urbanos, grandes ou pequenos, sofremos com uma certa "insalubridade" proporcionada pelas condições de vida nas cidades e pelas demandas sociais modernas. Nós, que costumo chamar de URBANÓIDES, somos seres humanos expostos a poluentes, aditivos alimentares, defensivos agrícolas e radiações eletromagnéticas de uma maneira que nunca fomos antes. Tudo isso interfere enormemente na nossa saúde e gera a necessidade, como tentativa de equilibrar estas desvantagens, do uso de suplementos alimentares que eu prefiro, inclusive, chamar de complementos. Este uso é nossa alternativa atual para tentar compensar as agressões citadas acima e o nosso comportamento enlouquecido dentro da nossa atual estrutura social.

Corremos demais, trabalhamos demais, descansamos de menos, nos frustramos demais, amamos ao próximo menos do que devíamos. Infelizmente, essa costuma ser a forma como a maioria de nós vive hoje. Além disso, os alimentos atuais não apresentam mais os mesmos teores nutricionais que antigamente, estando mais bonitos porém menos nutritivos. Acredito que você concorde que precisamos de alguma ajuda.

Além de tudo isso, os suplementos alimentares são aliados fantásticos no tratamento complementar de inúmeras doenças e, principalmente, na prevenção das mesmas. Bem utilizados são fantásticas ferramentas de promoção da saúde!

O pensamento é este. Precisamos de um suporte maior para aguentar provações mais difíceis. O grande detalhe, divisor de águas em toda esta conversa, é o fato de que não devemos fazer isto sozinhos. O grande erro, que provavelmente leva muitos colegas a serem contra a suplementação alimentar, é o fato de que muita gente se auto-suplementa, ou seja, não procura auxílio profissional para definir de quais elementos precisa e quais não precisa. Neste caso, até mesmo eu sou contra a suplementação. Apenas um profissional capacitado, médico ou nutricionista, é capaz de definir que suplementos você deve tomar e quais outras mudanças de hábitos de vida deve adotar para ter uma saúde boa.

Conte com esta ajuda, bem orientado, e seja mais feliz!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Vitamina D e você: tudo a ver!

A bola da vez, em termos de vitaminas, é a vitamina D.

Descoberta no século XIX, a vitamina D recebeu este nome, simplesmente, por ter sido descoberta depois da

A, da B (que depois descobriu-se ser um grande complexo de vitaminas) e da C. Por ter sido identificada através de estudos que envolviam raquitismo em crianças, ficou muito vinculada às questões relativas à saúde óssea, o que é verdade, mas não é tudo.

A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, se solubiliza em gordura e já há 5 formas descritas, de D1 a D5. A que nos interessa mais é a D3, que é produzida em nosso organismo.

- Mas, Adolfo! Como assim "produzida em nosso organismo"?! Não é uma vitamina?!

Pois é. Trata-se de uma vitamina lipossolúvel, produzida no nosso organismo em um mecanismo complexo e belo que começa na pele e envolve muitos outros tipos celulares. Por causa desta produção e por ter, como matéria prima fundamental, o colesterol, muitos cientistas buscam modificar a denominação dela de "vitamina" para "hormônio". Eu, particularmente, concordo com a mudança. A via de produção da vitamina D realmente nos faz pensar assim. A grosso modo, é assim:

O colesterol é transformado em 7-dehidrocolesterol, na pele onde, sob ação dos raios UVB e do calor, é transformado em vitamina D3. Esta vitamina D3 (colecalciferol) é modificada no fígado, tornando-se 25 hidroxi vitamina D3 (calcidiol). Esta nova forma, por sua vez, se torna 1,25 dihidroxi vitamina D3 (calcitriol) nos rins. Esta é a forma verdadeiramente ativa, a que faz todas as funções benéficas para o nosso organismo. Quando decomposta, a vitamina é excretada pelo fígado na forma de ácido calcitroico. Estas transformações e ativações também ocorrem em muitas outras células do corpo, especialmente nas do sistema imunológico, reafirmando a função importante da vitamina D no fortalecimento das nossas defesas contra microorganismos nocivos.

A função fundamental da vitamina D, regulando cálcio e fósforo no nosso corpo, explica boa parte dos benefícios que ela causa por um motivo muito interessante: o cálcio é um sinalizador e ativador celular fantástico, envolvido em inúmeras relações entre cada parte do nosso organismo. Depende do cálcio a contração muscular, a neurotransmissão, a capacidade das células formarem vesículas/vacúolos, a síntese de muitas substâncias e mais um monte de coisas importantes. De fato, a vitamina D está envolvida em muitos processos orgânicos e é por isso que ela tem ganho cada vez mais atenção de todos. Ela é fundamental, junto com a vitamina K, para uma saúde maior do endotélio vascular, que é a face interna dos vasos sanguíneos, diminuindo o risco de endurecimento dos vasos e formação de placas.

Sua deficiência franca pode causar ou propiciar, por exemplo, depressão, esquizofrenia, infecções, asma, hipertensão, coronariopatias, síndrome plurimetabólica, autoimunidades, fraqueza e dores musculares, osteoporose, osteomalácia, cânceres de mama, próstata, cólon e pâncreas.
Consideramos deficiência um valor menor do que 30ng/ml no sangue, mas acreditamos que o interessante mesmo seja manter valores maiores do que 65ng/ml, para alcançar os maiores benefícios. Os suplementos alimentares são úteis para alcançar esta meta e alimentos realmente ricos nesta vitamina são muito poucos mas, sabe qual é a melhor fonte de todas? A EXPOSIÇÃO Á LUZ SOLAR.

Sem filtro solar e sem vidro, exponha-se ao sol, entre as 11h e as 13h por, pelo menos 15 minutos (se você tiver a pele bem clara) a 40 minutos (se você tiver a pele escura), pelo menos em dias alternados, para fazer com que sua produção ocorra bem.

Seja mais solar, mais saudável e mais feliz!