Ontem eu dei uma entrevista para uma grande revista aqui da Bahia. Durante a conversa, surgiu a questão da multiplicidade de profissionais na área de saúde e dos conflitos entre eles. Já falei, aqui no blog, sobre abordagem multidisciplinar (veja AQUI), mas vejo que este assunto não se esgotou ainda. Na verdade, estamos bem longe disso.
A existência das diversas derivações de profissionais assistentes, na área de saúde, que surgiram, na verdade, conceitualmente, da Enfermagem (e não da Medicina, como muitos pensam), gera uma confusão na cabeça dos pacientes e dos próprios profissionais. Afinal, quando você tem uma dor nas costas, deve procurar um médico ortopedista, um clínico ou um fisioterapeuta? Não é raro encontrar pessoas com este tipo de questionamento. Dentro da própria área médica, fica aquela dúvida entre os pacientes: minha dor de cabeça deve me levar ao clínico ou ao neurologista?
Toda esta confusão é comum visto que muito da normatização das profissões, na área de saúde, veio sendo concretizada aos poucos, o que tornou os limites profissionais muito tênues, por algum tempo. O que quero conversar, hoje, parte daí. A normatização de cada função deve trazer mais clareza para o trabalho mas não deve, em nenhuma hipótese, afastar os profissionais entre si. Infelizmente, isso acontece DEMAIS.
Vemos, com muita frequência, conflitos entre profissionais pelo "território" terapêutico. São brigas intermináveis para ver quem pode mais, quem sabe mais e quem deveria, de fato, cuidar do paciente. Para esta última questão, minha resposta é simples: TODOS.
Como já comentei em outro post do blog (veja AQUI), precisamos acabar com a babaquice na área de saúde. A responsabilidade pelo benefício do paciente é de TODOS os profissionais que possam, de alguma maneira, contribuir para isso. Por que esta obrigação de uma "escalação" específica quando podemos, juntos, gerar MUITO mais benefícios para a saúde das pessoas? É apropriado, sem dúvida, que os conselhos profissionais se fortaleçam e que as regras que definem cada profissão se tornem cada vez mais claras, MAS NÃO PODEM SE TORNAR MUROS!
Defendo sempre a abordagem multiprofissional e um trabalho integrado entre estes profissionais que estejam cuidando de uma pessoa. Não um "balaio de profissionais", mas sim um conjunto integrado onde cada um opina sobre sua área, mas também ouve críticas e sugestões dos outros profissionais pois, afinal, TODOS PENSAM E ESTUDAM. Trabalhar em equipe, ouvindo a opinião dos outros e podendo debater e encontrar uma via ainda melhor para nossos pacientes é uma OPORTUNIDADE DE TRABALHO EM EQUIPE.
Portanto, se você é profissional de saúde de qualquer natureza, procure a união e harmonia com os
outros colegas pois o único que deve ser VERDADEIRAMENTE beneficiado, pelo nosso trabalho, é o PACIENTE.
Se você é paciente e for a um profissional que fica criticando os de outras áreas... pense.
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