Ao longo desta semana, o colega Dr Ícaro Alcântara publicou um post, no Facebook, sobre os omega-
7. Fiquei muito feliz em ver alguém levantando o assunto e resolvi escrever sobre ele.
Fui apresentado a esta classe de ácidos graxos há muitos anos, em uma aula sobre óleos ricos em mono e poli-insaturados. Quando a professora falou no óleo de macadâmia, lá estavam eles. Os OMEGA-7!
É no plural mesmo. Omega-7 não é o nome de uma substância. Da mesma forma que os omegas 3 (leia mais AQUI) e 6, omega-7 é uma classificação de ácidos graxos (moléculas de gordura). Estes ácidos graxos são, a grosso modo, cadeias de carbonos com características particulares. O que define a classificação é a posição, a partir do último carbono (posição OMEGA) e retrocedendo, em que fique a dupla ligação. No caso dos omega-7, esta dupla ligação fica no carbono 7. Sacou?
Este tipo de ácido graxo está presente em fontes animais e vegetais e tem propriedades regenerativas e anti-inflamatórias para a pele e mucosas, bem como atividade antioxidante. Podem ser utilizados em casos de xeroftalmia, síndrome de Sjögren, dermatite atópica, eczemas e/ou psoríase. Não são considerados essenciais porque o corpo consegue produzi-los. São ácidos graxos monoinsaturados, ou seja, só apresentam 1 ligação dupla, como a citada no parágrafo acima.
O mais importante omega-7 é o ácido palmitoleico, pois tem demonstrado funções anti-inflamatórias sistêmicas e de controle da resistência à insulina. Isso significa que pode ser útil no tratamento da síndrome plurimetabólica, na prevenção de doenças cardiovasculares e no tratamento do diabetes.
Como eu disse antes, o ácido palmitoleico, um omega-7, é produzido pelo corpo. Ele cumpre função como uma lipocina, que é um ácido-graxo com função hormonal no nosso organismo, participando da regulação do metabolismo do açúcar e de lipídios. Foi a primeira lipocina descoberta por pesquisadores em Harvard, em 2008.
Nem tudo são flores no caminho dos omega-7. Alguns estudos em humanos com suplementos de omega-7 demonstraram aumento dos triglicerídios e do IMC. Como nosso conhecimento real sobre esta classe de substâncias ainda é mínimo, não vale a pena se lançar ao uso de suplementos ainda. Melhor mesmo é utilizar o óleo de macadâmia se quiser aproveitar algum de seus benefícios. Os dermatológicos são claros e objetivos. Os metabólicos parecem promissores, mas ainda precisamos de mais pesquisas para definir seu uso como suplemento ou não.
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