sexta-feira, 1 de abril de 2016

Álcool pode fazer bem?


O uso de bebidas alcoólicas acompanha a humanidade há muito tempo. Da função religiosa até a puramente recreativa, esta prática está distribuída pela maioria das culturas, das mais variadas formas. Apesar da grande difusão, os malefícios do uso exagerado do álcool, por seres humanos, são bem conhecidos, mas será que há algum benefício em alguma dose?

Muitos estudos observacionais têm demonstrado que o uso moderado de bebidas alcoólicas (até 1 dose diária – aproximadamente 25g de álcool) está associado a redução da mortalidade por doenças cardiovasculares ou outras causas. Foi observada, também, uma relação importante entre o consumo moderado de álcool e a prevenção do diabetes melitus tipo 2, das demências e da perda de densidade mineral óssea.
Parte destes benefícios pode ser explicada pelo fato do consumo moderado de álcool elevar HDL e apolipoproteína A1, promover uma redução de PCR  e ter efeito antiagregante plaquetário.

Apesar disso, outros trabalhos mostram o aumento do risco de câncer de mama em mulheres que consomem álcool regularmente, mesmo em volumes moderados. É sabido, também, que o excesso do consumo de álcool aumenta os riscos de hipertensão, infarto, morte súbita, câncer, cirrose, pancreatite, entre outros problemas graves. O consumo do álcool também limita os reflexos e pode promover alterações cognitivas temporárias, tornando lógica a indicação de não dirigir ou manejar máquinas pesadas sob uso do mesmo.

Mesmo havendo benefícios do uso moderado, não se recomenda o uso de álcool por crianças e adolescentes, gestantes, pessoas com histórico pessoal ou familiar de alcoolismo, pessoas com doenças crônicas hepáticas, mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama e indivíduos em uso de medicações que apresentam reações se associadas ao álcool.

Em resumo, é preciso ter moderação e ponderar bem os prós e contras em qualquer atitude que venha a se tomar na vida. O uso ou não de bebidas alcoólicas faz parte disso. Pensando fora de aspectos culturais e/ou religiosos, os estudos avaliados demonstraram que o uso moderado (que talvez não seja o mais comum na nossa sociedade) pode, sim, trazer benefícios, muito além de, simplesmente, “não fazer mal”. A divulgação destas informações e educação da população é fundamental para que o uso das bebidas alcoólicas deixe de ser um problema no sentido de gerar doenças e acidentes e (por que não?) trazer benefícios às pessoas.
 

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