terça-feira, 5 de abril de 2016

Mais um ponto para a carne!

Tô feliz!

Sério! Tô bem feliz com uma notícia que li por 2 motivos. Primeiro, porque fala bem do consumo de carnes e, em segundo lugar, porque cita uma vitamina maravilhosa que eu aprendi, com o Prof Henry Okigami, a amar muito. A vitamina B3.

E o que é que tem o consumo de carnes? Eu sou um grande defensor da natureza eminentemente carnívora do ser humano. De acordo com o que venho estudando, ao longo dos anos, só vejo 2 possibilidades absolutas para contra-indicar as carnes vermelhas (fora condições patológicas bem específicas), por exemplo: câncer em curso (pelo alto teor de metionina) ou mau-preparo, com exposição excessiva da carne ao calor e consequente caramelização e formação de substâncias cancerígenas (veja mais AQUI). Por todos os benefícios que vejo no consumo das carnes, fico feliz quando vejo alguma matéria saindo um pouco da idéia fixa (e incorreta) de que carne "faz mal" ou de que o vegetarianismo seja a maneira mais saudável de um ser humano viver (definitivamente, não é).

E a tal da B3?

Vamos a ela. A vitamina B3, que você pode encontrar com os nomes de niacina, nicotinamida, niacinamida, ácido nicotínico, hexoniacinato de inositol, vitamina PP... e por aí vai. Esta vitamina, do famoso Complexo B, foi a terceira a ser descoberta (por isso, B3) e recebeu também a denominação de PP por ser uma "Prevenção à Pelagra". A pelagra é uma doença que foi descrita oficialmente, pela primeira vez, em 1735, pelo médico Gaspar Casal, da Espanha, logo depois que o milho foi introduzido na europa (observe como tem pouco tempo que o milho foi introduzido na alimentação dos povos europeus e como isto trouxe, inclusive, uma nova doença). Ela causa lesões de pele, diarréia e lesões neurológicas que podem levar à demência. Após 1900, surgiu de forma importante nos EUA, principalmente no sul, seguindo uma nova forma de refino de farinhas de grãos que retirava (e ainda retira) a maioria das vitaminas e minerais das matérias primas (olha os grãos refinados aí). O primeiro cientista a isolar a niacina (B3) foi Casimir Funk, em 1912. Goldberger, em 1915, foi a primeira pessoa a perceber que um elemento presente em carnes e vísceras (que ele batizou de P-P, como em Pellagra-Preventive) curava os casos de pelagra.

Beleza. Agora chega de história. A matéria falava que a vitamina B3 "pode" ter um potencial antioxidante. Vamos à correção? A vitamina B3 TEM ENORME POTENCIAL ANTIOXIDANTE. Na verdade, não ela em si, mas uma substância fundamental no nosso organismo que é sintetizada a partir dela. Esta substância é o NAD (Nicotinamida Amina Dinucleotídeo). O NAD faz parte do nosso metabolismo celular e participa de diversos momentos dos ciclos energéticos celulares estando em sua forma oxidada (NAD) ou em sua forma reduzida (NADH). Na forma de NADH, é um antioxidante por excelência e é responsável pela renovação das principais enzimas antioxidantes do nosso organismo, para que possam continuar protegendo nossos tecidos do excesso de radicais livres. Em resumo, o NADH, que tem a B3 na sua composição, é O antioxidante por excelência, fundamental para a manutenção do nosso sistema endógeno de controle de radicais livres.

Além da importância antioxidante, O NAD ainda participa, principalmente, da cadeia respiratória, onde é produzido o ATP, molécula energética fundamental no nosso organismo. A vitamina B3 ainda ajuda a reduzir triglicerídios e LDL, aumentar HDL, reduzir lipoproteína A, tem efeito antiinflamatório em macrófagos, adipócitos e no endotélio vascular.

Ela é ou não é fantástica?!

Pronto. Já me alonguei no assunto e sei que este post talvez tenha ficado meio chato para quem não é
profissional da área, mas espero ter trazido informações valiosas e interessantes para alguns. Tomara que, além disso, eu tenha trazido mais um motivo forte para que você consuma carnes e, quando de boa procedência, vísceras. Estas são as melhores fontes de vitamina B3. Não é que você vá comer montes e montes de carnes e vísceras, mas é importante ter estes elementos em nossa alimentação e lembrar que, pelo menos no que diz respeito à alimentação humana realmente natural, somos basicamente carnívoros que partiram a onívoros por opções.

Saúde e Paz a todos!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Álcool pode fazer bem?


O uso de bebidas alcoólicas acompanha a humanidade há muito tempo. Da função religiosa até a puramente recreativa, esta prática está distribuída pela maioria das culturas, das mais variadas formas. Apesar da grande difusão, os malefícios do uso exagerado do álcool, por seres humanos, são bem conhecidos, mas será que há algum benefício em alguma dose?

Muitos estudos observacionais têm demonstrado que o uso moderado de bebidas alcoólicas (até 1 dose diária – aproximadamente 25g de álcool) está associado a redução da mortalidade por doenças cardiovasculares ou outras causas. Foi observada, também, uma relação importante entre o consumo moderado de álcool e a prevenção do diabetes melitus tipo 2, das demências e da perda de densidade mineral óssea.
Parte destes benefícios pode ser explicada pelo fato do consumo moderado de álcool elevar HDL e apolipoproteína A1, promover uma redução de PCR  e ter efeito antiagregante plaquetário.

Apesar disso, outros trabalhos mostram o aumento do risco de câncer de mama em mulheres que consomem álcool regularmente, mesmo em volumes moderados. É sabido, também, que o excesso do consumo de álcool aumenta os riscos de hipertensão, infarto, morte súbita, câncer, cirrose, pancreatite, entre outros problemas graves. O consumo do álcool também limita os reflexos e pode promover alterações cognitivas temporárias, tornando lógica a indicação de não dirigir ou manejar máquinas pesadas sob uso do mesmo.

Mesmo havendo benefícios do uso moderado, não se recomenda o uso de álcool por crianças e adolescentes, gestantes, pessoas com histórico pessoal ou familiar de alcoolismo, pessoas com doenças crônicas hepáticas, mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama e indivíduos em uso de medicações que apresentam reações se associadas ao álcool.

Em resumo, é preciso ter moderação e ponderar bem os prós e contras em qualquer atitude que venha a se tomar na vida. O uso ou não de bebidas alcoólicas faz parte disso. Pensando fora de aspectos culturais e/ou religiosos, os estudos avaliados demonstraram que o uso moderado (que talvez não seja o mais comum na nossa sociedade) pode, sim, trazer benefícios, muito além de, simplesmente, “não fazer mal”. A divulgação destas informações e educação da população é fundamental para que o uso das bebidas alcoólicas deixe de ser um problema no sentido de gerar doenças e acidentes e (por que não?) trazer benefícios às pessoas.