sábado, 26 de novembro de 2011

ADIPOTIDE: revolução brasileira no exterior.

A história se repete. Grandes mentes brasileiras têm a oportunidade de mostrar sua genialidade e criar algo completamente novo no campo da ciência... fora do Brasil. É triste perceber que nossos pesquisadores, muitas vezes, só vão ter essas oportunidades em países estrangeiros, onde a educação e a pesquisa científica são verdadeiramente apoiadas e incentivadas. Ainda bem que nada disso diminui a genialidade do casal Wadih Arap e Renata Pasqualini.

Esta dupla de pesquisadores criou a inovadora droga ADIPOTIDE, que corta o suprimento sanguíneo para depósitos de gordura corporal e promete ser mais um grande aliado na luta contra a obesidade. Ainda em fase de testes, a nova droga ainda não está à venda (nem se animem) e ainda deve demorar um tempinho para termos acesso a seu uso. Esperamos que não demore muito.

Pois é. Genial com certeza. Estão de parabéns os pesquisadores. 100%!

Agora vamos voltar a conversa para nós mesmos.

Não podemos esquecer uma coisa: "vem fácil, vai fácil". Isso mesmo. Se depositarmos toda a responsabilidade do emagrecimento em um medicamento, que tipo de aprendizado e desenvolvimento nós teremos? É óbvio que a nova medicação irá salvar vidas, principalmente de pacientes com obesidade mórbida, e impedirá muitas pessoas de realizar as "milagrosas" cirurgias gastrintestinais com objetivos de emagrecimento. É evidente que a inovação será útil mas, como já disse anteriormente sobre outra medicação, deverá ser utilizada por QUEM PRECISA MESMO.

O processo de emagrecimento com esforço e trabalho, aliando controle alimentar, exercícios físicos e uma reabilitação psíquica é composto por um sem número de vivências que levam o paciente a uma grande crescimento pessoal. Quem possa emagrecer sem tanta pressa deve fazer disso uma oportunidade, um processo de aprendizado e ganho de autocontrole ímpar, cujos reflexos se farão evidentes em muitas outras áreas de sua vida. Ninguém engorda "de repente", sendo que o emagrecimento deve ser um processo com duração proporcional ao esforço que se aplique.

Alcançar um resultado com empenho e trabalho dá um sabor muito mais interessante ao mesmo. A sensação de vitória, de meta alcançada, vai tornar toda a vida do paciente mais plena de satisfação, e torná-lo uma pessoa mais segura de si, de suas capacidades.

O adipotide promete ser uma excelente arma para tratarmos os pacientes que dele precisem e me orgulha profundamente saber que os pesquisadores que o desenvolveram são brasileiros. Parabéns a eles! Só não vamos transformar, nós médicos que atendemos os pacientes diretamente, a sua fabulosa descoberta em um incentivo para a falta de empenho e para a idéia de que se pode simplesmente "comprar" um emagrecimento. Esta mentalidade fraturada e débil já se estende por um sem número de tratamentos, mesmo que não funcionem tão bem. Imaginemos o que pode acontecer se ela se apegar a um que realmente funciona!

Não incentivemos a irresponsabilidade daqueles que devemos orientar.

Viva o casal de pesquisadores brasileiros! Viva a responsabilidade!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PELAMORDEDEUS, pare de se pesar!

O que mais observamos, quando alguém fala em boa forma e cuidar da saúde, é uma referência ao peso. Muito se discute em torno do conceito de peso ideal, normalmente fazendo referência à altura, como no cálculo do IMC.

É muito comum ver pessoas ficarem felizes pelo fato de terem perdido uma certa quantidade de quilos e há, inclusive, aqueles que se pesam diariamente, às vezes mais de uma vez por dia, com a idéia de manter um controle de peso.

Se você está se identificando com alguma dessas coisa que escrevi em cima, faça um favor a si mesmo(a): PARE AGORA! A maior "utilidade" para você ficar se pesando é se tornar ainda mais neurótico(a).

Isso mesmo. Se você ficar acompanhando seu peso simplesmente, não vai conseguir ter uma percepção correta da sua forma física. Estar em boa forma não significa, necessariamente, estar leve. Dê uma olhadinha no post Meu peso ideal... para ver mais sobre isso. Estar em boa forma implica em bom condicionamento muscular e distribuição de tecidos corporais.

O que importa mesmo não é o peso em si, mas como ele está distribuído. Fazendo uso simples da balança você não tem como perceber quanta gordura, massa muscular, água, ossos e tudo o mais você tem no corpo. Os percentuais de cada coisa dão verdadeiro significado ao seu peso, em termos do que o compõe, considerando que seu corpo é composto de vários tipos de tecidos repartidos em compartimentos, que têm importâncias diversas para sua saúde.

Te adianta ficar levinho(a) e pelancudo(a)? Magrinho(a) e barrigudo(a)? Vai ficar legal uma pilha de ossos com o couro por cima? Ou será que é melhor um corpo torneado por músculos bem trabalhados, sem exagero, e com A BARRIGA NO LUGAR?


Pois é. Ênfase na barriga porque é o principal parâmetro para você avaliar sua saúde em relação aos excessos de gordura. Quer acompanhar um número para se avaliar em termos de boa forma? Comece pela circunferência abdominal (na linha umbilical). É uma medida que nos dá, indiretamente, uma idéia de como está seu acúmulo de gordura visceral, a que realmente causa muitos danos à sua saúde, favorecendo o surgimento de diabetes, hipertensão e muitos outros males. O ideal é que fique em até, aproximadamente, 84cm para mulheres e 94cm para homens, mas esses valores variam com a estrutura corporal e não devem ser interpretados por você sozinho(a).

Para uma avaliação mais detalhada, não perca tempo. Procure profissional capacitado para isso. Nada como uma avaliação técnica para te deixar sabendo, com clareza, a quantas anda sua forma. Se puder passar por uma avaliação multidisciplinar, tanto melhor. Associe médico, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico que fica perfeito.

Lembre sempre que um cara de 1,88m, com 118Kg, pode ser um obeso ou o tio Arnold, em sua melhor fase, quando fez Conan, o bárbaro! Tava gordo?

Pondere.